Trigo
No Brasil, o mercado de trigo é concentrado na região Sul e Sudeste, principalmente nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul, que juntos produzem mais de 80% do trigo nacional. No ranking mundial de produção de trigo, o Brasil está na posição de décimo sexto, o que contribui para o fato desse alimento se fazer presente de tantas formas na alimentação dos brasileiros.
Análises físico-químicas do Trigo
Composição Centesimal: também conhecida como composição química, é a descrição do valor nutritivo ou valor calórico de uma composição de componentes que estão presentes em 100g do produto considerado. Dentro dessa análise são avaliados os Carboidratos Totais, Proteína, Fibra Alimentar, Cinzas e Lipídios.
Arsênio: é um elemento químico, considerado um semimetal (metalóide),o limite máximo que pode ser encontrado em Trigo e seus derivados, de acordo com a RDC Nº 42, de 29 de Agosto de 2013, é de 0,20 mg/kg.
Cádmio: é considerado um metal tóxico, muito estável no ambiente, apesar de pouco abundante no seu estado puro. Devido ao desenvolvimento industrial e às práticas agrícolas, os níveis de cádmio no ambiente foram aumentando, atingindo um máximo na década de 60. O limite máximo que pode ser encontrado em Trigo e seus derivados, de acordo com a RDC Nº 42, de 29 de Agosto de 2013, é de 0,20 mg/kg.
Chumbo: do latim plumbum, é um elemento químico do grupo do carbono. Seu limite máximo permitido em Trigo e seus derivados, de acordo com a RDC Nº 42, de 29 de Agosto de 2013, é de 0,20 mg/kg.
Análises microbiológicas do Trigo
Aflatoxinas: são sistemas de compostos tóxicos que algumas cepas dos fungos Aspergillus flavus e A. parasiticus podem produzir. A ingestão de alimentos contaminados pela aflatoxina pode causar intoxicação.
Desoxinivalenol (DON): também conhecido como vomitoxina, é uma micotoxina muito comum capaz de contaminar uma diversidade de grãos, incluindo o trigo. Ela pode apresentar riscos significativos tanto para a alimentação humana quanto animal. Por ser uma micotoxina resistente a altas temperaturas, apenas o processamento básico dos grãos não é suficiente para eliminá-la, por isso é importante que os produtores estejam sempre inteirados sobre as formas de detecção e tomem os devidos cuidados necessários. No trigo, o limite máximo aceito pela IN 160 de 01.07.2022 é de 2000 (µG/KG).
Fumonisinas (FUMO): são micotoxinas produzidas pelos fungos do gênero Fusarium, é conhecida por ser encontrada muitas vezes na cultura do milho e outros grãos. Esse vírus está associado a várias doenças, tanto em humanos quanto animais, e suas manifestações clínicas e os órgãos atingidos podem variar de espécie para espécie.
Ocratoxina (Ocra): é uma micotoxina produzida pelos fungos Penicillium verrucosum e Aspergillus ochraceus. Vários são os tipos dessa micotoxina, mas a categoria encontrada frequentemente nos alimentos, e considerada a mais perigosa, é a Ocratoxina A, que infecta vários mantimentos crus e processados. O limite de acordo com a RDC Nº 138 08/02/2017 é de 20 (µG/KG).
Zearalenona (ZEA): micotoxina gerada por diversas cepas de Fusarium, é conhecida por contaminar uma diversidade de grãos, incluindo o trigo. A Zearalenona é muitas vezes encontrada junto com o Desoxinivalenol (DON), podendo causar disfunções reprodutivas nos animais de fazenda, especialmente aos suínos. O limite máximo estabelecido pela RDC Nº 138 08/02/2017 é de 40 (µG/KG).
Análises microscópica do Trigo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária elaborou a RDC N° 14, de 28 de Março de 2014, com o objetivo de determinar as medidas gerais para avaliar a presença de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas que podem causar risco a saúde humana e/ou indicar possíveis falhas na aplicação das boas práticas ao decorrer da cadeia produtiva de alimentos e bebidas. Este regulamento visa estabelecer limites de tolerância de fragmentos de insetos, ácaros, pelos de roedor, areia, matérias estranhas, impurezas e sujidades.